DEFINIÇÃO E HISTÓRICO
Origem da Palavra: Droga vem da palavra droog (holandês antigo) que significa folha seca. Isto porque, antigamente, a maioria dos medicamentos era à base de vegetais.
Droga: qualquer substância que é capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento (OMS).
Psicotrópico:
• Psico - palavra grega que significa psiquismo (o que sentimos, fazemos, pensamos).
• Trópico - relaciona-se com tropismo (ter atração por).
• Psicotrópico- atração pelo psiquismo.
• Droga psicotrópica: é aquela que atua sobre o cérebro, alterando de alguma forma o psiquismo.
Medicamento ou fármaco: é a droga que atuando em organismos vivos, provoca efeitos benéficos ou úteis.
Tóxico: é a droga que administrada em organismos vivos produz efeitos nocivos.
As drogas foram usadas ao longo de vários anos para fins muito diferentes: em cerimônias religiosas, em sessões de meditação e na medicina.
A classificação das diferentes drogas como lícitas ou ilícitas tem variado muito ao longo dos séculos. As ilícitas são aquelas cuja comercialização é proibida, porque provocam dependência física e/ou psíquica. As drogas lícitas são legalmente produzidas e comercializadas mas, também provocar dependência.
Muitas das drogas agora proibidas, como o Ópio, o Ecstasy, a Cannabis e o LSD, tiveram, no passado, um importante papel em termos medicinais, quando usadas controladamente.
Até o começo do século 20, o Brasil não tinha qualquer controle estatal sobre as drogas que eram toleradas e usadas em prostíbulos freqüentados por jovens das classes média e alta, filhos da oligarquia da República Velha. No início da década de 20, depois de ter se comprometido na reunião de Haia (1911) a fortalecer o controle sobre o uso de ópio e cocaína, o Brasil começou efetivamente um controle. Naquele momento, o vício até então limitado aos “rapazes finos” dentro dos prostíbulos passou a se espalhar nas ruas entre as classes sociais “perigosas”, ou seja, entre os pardos, negros, imigrantes e pobres, o que começou a incomodar o governo.
Em 1921, surge a primeira lei restritiva na utilização do ópio, morfina, heroína, cocaína no Brasil, passível de punição para todo tipo de utilização que não seguisse recomendações médicas. A maconha foi proibida a partir de 1930 e em 1933 ocorreram as primeiras prisões no país (no Rio de Janeiro) por uso da droga.
TIPOS DE DROGAS
Estimulantes: São as drogas que aceleram o funcionamento do cérebro.
Anfetaminas
Cocaína
Cafeína
Depressores: São drogas que diminuem a velocidade de funcionamento do cérebro.
Álcool
Hipnóticos não barbitúricos
Barbitúricos
Ansiolíticos;
Narcóticos;
Solventes ( inalantes )
Opiáceos
Perturbadores: São drogas que alteram o funcionamento do cérebro.
Alucinógenos primários:
Sintéticos ( LSD-25, êxtase );
Naturais ( derivados indólicos , da maconha).
Alucinógenos secundários:
Anticolinérgicos
PADRÕES DE USO
A auto-administração de qualquer quantidade de substância psicoativa pode ser definida em diferentes padrões de uso de acordo com suas possíveis conseqüências. Atualmente os especialistas utilizam duas formas diferentes de categorizar e definir esses padrões. São elas:
CID-10 (10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças da OMS) e o DSM-IV (4ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Psiquiátrica Americana).
Esses padrões acima, bem definidos por Bertolote (1997), são aceitos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e muito difundidos no linguajar de quem lida com o assunto, apesar de não possuírem correspondência nos padrões classificadores de transtornos e doenças.
Este tipo de padronização não se constitui a partir de um transtorno ou doença, e está baseada na forma de uso e na relação que o indivíduo estabelece com a substância e suas conseqüências negativas.
Uso experimental, uso recreativo, uso controlado e uso social de drogas
►Uso Experimental
Os primeiros poucos episódios de uso de uma droga específica – algumas vezes incluindo tabaco ou álcool -, extremamente infreqüentes ou não persistentes.
►Uso Recreativo
Uso de uma droga, em geral ilícita, em circunstâncias sociais ou relaxantes, sem implicações com dependência e outros problemas relacionados, embora haja os que discordem, opinando que, no caso de droga ilícita, não seja possível este padrão devido às implicações legais relacionadas.
► Uso Controlado
Refere-se à manutenção de um uso regular, não compulsivo e que não interfere com o funcionamento habitual do indivíduo. Termo também controverso, pois se questiona se determinadas substâncias permitem tal padrão.
►Uso Social
Pode ser entendido, de forma literal, como uso em companhia de outras pessoas e de maneira socialmente aceitável, mas também é usado de forma imprecisa querendo indicar os padrões acima definidos.
Uso nocivo/abuso e Dependência
Esses padrões de uso estão representados nos sistemas classificatórios CID-10 (10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças da OMS) e o DSM-IV (4ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Psiquiátrica Americana). Este tipo de padronização está rel
Podendo ser entendido como um padrão de uso onde aumenta o risco de conseqüências prejudiciais para o usuário. Na CID-10, o termo “uso nocivo” é utilizado como aquele que resulta em dano físico ou mental. Na DSM-IV, utiliza-se o termo “abuso”, definido de forma mais precisa e considerando também conseqüências sociais de um uso problemático, na ausência de compulsividade e fenômenos como tolerância e abstinência.
Saiba Mais...
A definição de abuso (DSM-IV) baseia-se na ocorrência de um ou mais dos seguintes critérios no período de 12 meses:
1. Uso recorrente resultando em fracasso em cumprir obrigações importantes relativas a seu papel no trabalho, na escola ou em casa;
2. Uso recorrente em situações nas quais isso representa perigo físico;
3. Problemas legais recorrentes relacionados à substância;
4. Uso continuado, apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes, causados ou exarcebados pelos efeitos da substância.
Já a definição de uso nocivo (CID-10) baseia-se nos seguintes critérios:
1. Evidência clara de que o uso foi responsável (ou contribuiu consideravelmente) por dano físico ou psicológico, incluindo capacidade de julgamento comprometida ou disfunção de comportamento;
2. A natureza do dano é claramente identificável;
3. O padrão de uso tem persistido por pelo menos um mês ou tem ocorrido repetidamente dentro de um período de 12 meses;
4. Não satisfaz critérios para qualquer outro transtorno relacionado à mesma substância no mesmo período (exceto intoxicação aguda).
O uso de substâncias capazes de alterar o estado mental, conhecidas como substâncias psicoativas (SPA), ocorre há milhares de anos, seja por razões culturais ou religiosas, seja por recreação ou meio de socialização.
O conceito, a percepção humana e o julgamento moral sobre o consumo de substâncias psicoativas evoluem constantemente, e muito se baseiam na relação humana com o álcool, devido ao fato de ser a droga mais difundida e de mais antigo uso.
Os aspectos da questão relacionados à saúde só passaram a ser estudados e discutidos nos dois últimos séculos. No século XX, nos Estados Unidos, E.M Jellinek foi talvez o maior expoente dentre os cientistas de sua época a estudar e divulgar o alcoolismo, obtendo amplo apoio e penetração dentre os grupos de ajuda mútua, recém-formados em 1935, como os Alcoólicos Anônimos (AA) e exercendo grande influência na OMS e na Associação Médica Americana (AMA).
Nos primeiros anos da década de 60, o programa de Saúde Mental da OMS tornou-se ativamente empenhado em melhorar o diagnóstico e a classificação de transtornos mentais, além de prover definições claras de termos relacionados. Convocou-se uma série de encontros para rever o conhecimento a respeito do assunto, envolvendo representantes de diferentes disciplinas, de várias escolas de pensamento em psiquiatria e de todas as partes do mundo para o programa, que estimulou e conduziu pesquisa sobre critérios para a classificação e a confiabilidade de diagnóstico, produziu e estabeleceu procedimentos para avaliação conjunta de entrevistas gravadas em vídeo e outros métodos úteis em pesquisa sobre diagnóstico.